terça-feira, 26 de junho de 2012

Conservar a carne sem geladeira

Conservar a carne sem geladeira
Autoria: Cecílio Elias Netto
 
Sem geladeira, em um quilo de carne, metade era sal
 
            A conservação de alimentos através de geladeiras e de refrigeração é coisa apenas a partir do século XX. . Nossos antepassados usavam o sal para conservar diversos alimentos, especialmente a  carne. E esta era coberta por grossas camadas de sal, tanto nas residências como nos açougues ou nas chamadas "casinhas" onde se vendiam produtos alimentícios.  Que o sal conservava a carne, não se duvida. Mas permitia, também, grandes e grossas malandragens, que estas existem desde que o ser humano aprendeu a negociar.
            O chamado Código do Consumidor é recente. Mesmo a definição dos direitos de consumidores também é recente. Mas a malandragem é antiga e as queixas tão antigas quanto.  O velho  jornal "A Gazeta de Piracicaba", na edição de 21 de junho de 1894 - portanto há mais de 110 anos! -- atendia a reclamação dos piracicabanos contra o excesso de sal que os açougueiros colocavam na carne.  A malandragem era tanta que chegava às raias do absurdo. Pois havia comerciante que, para cada quilo de carne vendia ao freguês, meio quilo era apenas de sal. E isso se acentuava quando se tratava da venda de toucinho. Pelo que se vê, as geladeiras resolveram apenas parte do problema.   

Fonte: http://www.aprovincia.com/padrao.aspx?texto.aspx?idContent=4398&idContentSection=710