SABER
POPULAR
"Saber popular, também conhecido como o saber
que passa de geração em geração, de pais para filhos, de filhos para netos.
Geralmente é um saber empírico,
adquirido apenas à custa da experiência do quotidiano, o que o torna limitado
na medida em que apenas é praticável em circunstâncias muito próprias. Ou seja,
dando o exemplo da agricultura (sector onde o saber popular ainda tem grande
abrangência), o que é regra num local, em virtude de factores como o clima ou o
tipo de solo, já não o será noutro. Já que falamos nos handicaps, não
podemos deixar de referir a falta de “aprovação” científica. E numa sociedade
onde o “cientificamente provado” assume estatuto de verdade absoluta, o saber
dos mais velhos passa a não ter credibilidade (quase) nenhuma.
É isto mau? Objectivamente acho
que sou obrigado a responder que não. Não há problema nenhum em saber porque
fazemos determinada coisa, porque é que aquela coisa acontece de determinada
maneira, qual a causa - efeito daquilo que nos rodeia, antes pelo contrário.
Nós somos seres curiosos por natureza, e desde criança que sempre nos
habituamos a questionar, e por norma, um “porque sim” ou “porque sempre se fez
assim”, ou “porque já o meu assim fazia” não satisfaz ninguém. E são
precisamente estas as respostas que o saber popular oferece. Respostas que
efectivamente não respondem a nada, mas que obrigam a seguir um padrão
previamente estabelecido.
Agora a questão que se levanta
pode ser a seguinte: deve este saber (popular) ser desvalorizado e
completamente posto de lado? A resposta também não me parece complicada. Se há
coisa que devemos ter em mente é que nesta altura já ninguém inventa nada de
novo. Como se costuma dizer, já está tudo inventado, a nossa função agora é
apenas melhorar o que já existe. Assim sendo, o saber popular ser-nos-á útil na
maioria das situações, situações essas em que o quê e o porquê são apenas
secundários.
É isto que acontece? Falando
pessoalmente (e talvez devido ao facto de estar numa área cientifica), eu olho
com um bocado de desconfiança para certos dogmas e paradigmas que ainda estão
presentes em determinadas acções do nosso quotidiano (não semear um determinado
alimento por causa da lua, apenas para referir um exemplo), e talvez faça mal,
mas duvido que fuja ao padrão actual.
Em suma, numa época em que se
exigem respostas precisas, o saber popular não deve ser desvalorizado, apenas
passado para segundo plano. É certo que um dos maiores problemas da sociedade é
enquadrar duas gerações diferentes (científica vs popular) num mesmo espaço
temporal, mas cabe-nos a nós fazer com que isso seja possível."
Fonte: http://feelfreetothink.blogspot.com.br/2008/04/valorizao-do-saber-popular-na.html
Conhecimento científico versus conhecimento popular. Neste texto farei uma exposição sobre o conhecimento, focalizando o conhecimento científico e o conhecimento popular, suas diferenças, semelhanças e a importância de se obter o conhecimento cientifico. O conhecimento é algo que todos necessitam, é fundamental na vida do homem, pois torna a vida mais aceitável e efetiva. O conhecimento só se torna possível por meio da interação com a realidade. O conhecimento cientifico tem como objeto estudar e esclarecer os fatos ocorridos no universo. Adquirir o conhecimento é fundamental para que o individuo não seja oprimido, pois da mesma forma que o conhecimento liberta ele também oprime. A ciência é um conjunto de conhecimentos sobre fatos e aspectos da realidade, expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser recolhidos de modo programado, sistemático e ponderado, para então ser submetido a avaliação e verificação de sua validade. A ciência ocupa-se dos fenômenos que ocorrem na natureza, dos objetos ideais e dos acontecimentos culturais. Então, é fundamental conhecer a ciência, pois assim ela nos ajudará a entender com clareza os acontecimentos do universo, que muitas vezes são de difícil compreensão. Sem a ciência o homem não teria consciência de si e dos múltiplos acontecimentos a sua volta. No entanto, à medida que o individuo obtém conhecimento, ele se liberta da ignorância, e vai se tornando o “senhor da situação”. No entanto, o conhecimento não é privilégio de alguns, mas de todo ser humano. Pois o homem é o único ser com a capacidade de pensar. Somos seres pensantes. Diferentemente da ciência, o conhecimento popular é intuitivo, espontâneo, com forte inclinação para erros, pois não é estudado, analisado e comprovado, por exemplo: quando olhamos para o céu e afirmamos que irá chover, não se teve estudo algum em relação a esta afirmação, mas se sabe que provavelmente choverá, pelo simples fato de o céu estar coberto de nuvens. A ciência tem uma explicação para este fenômeno. Para isso, primeiramente o fenômeno foi estudado, as informações foram recolhidas para serem analisadas e depois confirmadas. O mesmo não acontece com o conhecimento popular.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA/UABIII
FACULDADE DE EDUCAÇÃO-CENTRO
DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
FUNDAMENTO TEÓRICO METODOLÓGICO E PRÁTICA ESCOLAR EM
CIÊNCIAS I
Professor: Guilherme Tropia
Barreto de Andrade
Tutora à distância: Ana
Cristina Atala Alves
Aluna: Juliana Maria Silva
Entrevista
Entrevistada:
Maria Dutra de Jesus
Entrevistadora:Juliana
Maria da Silva
1-Onde a senhora morava
na infância?
Na
comunidade Aguiar, município de Guapé, MG.
2-Como era a casa em
que a senhora vivia com sua família?
Era uma
casa simples, com cinco cômodos, piso de cimento e sem banheiro.
3-Quantas pessoas eram
na casa?
Meu
pai, minha mãe , meus sete irmãos e eu.
4-Todos estudavam?
Não.
Porque na minha comunidade não tinha escola e meus irmãos precisavam ajudar meu
pai na lida,mas como eu gostava muito de
estudar, meu pai concordou que eu fosse para a escola, para isso andava em
média 15 a17 Km, para chegar lá, pois ficava em Guapé, estudei até a 4º série,
e logo comecei a lecionar.
5-Então a senhora era
professora?
Sim.
Desde os 14 anos, ensinava os alunos de 1° e 3° ano, usava a cartilha e o
método de soletração, por exemplo: a palavra GATO, G_A_T_O=GATO, e o plano de
aula tirava da cabeça, quando ia dormir ficava pensando o que iria ensinar aos
meus alunos no dia seguinte, não tinha quadro-negro, escrevia tudo diretamente
no caderninho deles, não tinha carteiras, e raramente tinha merenda, quando
aparecia alguma coisa de merenda, era nós mesmas que preparávamos, éramos
professoras, cantineiras e faxineiras.
6-Qual era a fonte de
renda da família?
Agricultura.
Meu pai plantava arroz, feijão e milho, somente para o consumo. Quanto à
roupas, calçados e remédios vinha dos tapetes e colchas que minha mãe fazia
para vender.
7-Como era feito o
controle biológico de pragas?
Não
existia agrotóxicos que existem hoje, mas me lembro que para matar as formigas,
meu pai usava formicida e jogava com uma bombinha.
8-Como era feito a
conservação de alimentos?
Raramente
a gente comia carne, mas quando havia, minha mãe fritava e conservava na
gordura de porco.
9-Como eram feitos os
tratamentos de doenças?
Com
remédios caseiros, chás de ervas, principalmente, mas quando o caso era grave,
meu pai ia à cidade para comprar remédios na única farmácia da cidade.
10-Comparando a
época de sua infância com a atualidade,
quais as desvantagens que a senhora encontra?
Violência,
desrespeito com os pais e as pessoas em geral, e também várias doenças que surgiu e que não existiam na minha infância.
11-E quais as vantagens?
Escolas
e hospitais bem equipados, os eletrodomésticos que facilitam a vida das
pessoas, principalmente, de nós mulheres, pois, antigamente, torrávamos café na
panela, arroz era socado no pilão e o sabão era feito com torresmo quando se
matava porco.
12-A senhora considera o
mundo de hoje, melhor ou pior que o mundo de antes, se sua infância e
juventude?
Muito
melhor, hoje vivemos em um paraíso,
temos hospitais escolas temos a tecnologia que favorece e facilita a nossa
vida, temos condições de criar nossos filhos sem passar por tantas
dificuldades, as vezes, não tínhamos nem o que comer, e hoje temos condições de
dar uma boa alimentação , uma boa escola. Sempre conto aos meus filhos e netos,
tudo o que já passamos na vida, para que eles dêem valor o que temos hoje,
principalmente, a escola, pois com todas as dificuldades que tive, consegui
estudar e me tornar professora.
Dona
Maria, muito obrigada pela sua entrevista, boa sorte e tudo de bom.
Postado por Juliana Maria da Silva
Postado por Juliana Maria da Silva
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