domingo, 29 de abril de 2012

Ciência e Religião

A RELAÇÃO ENTRE
RELIGIÃO E CIÊNCIA

Não que Religião e Ciência tenham que ser inimigas naturais, mas todas as vezes que ambas tratam das mesmas coisas, os conflitos são inevitáveis. O Criacionismo é um dos melhores exemplos.
Vamos ignorar que a maioria dos Criacionistas são no entanto cientificamente leigos, sendo em sua maioria pastores e teólogos. Vamos considerar como válidos mesmo os títulos científicos de criacionistas que os conseguiram em cursos por correspondência não reconhecidos, e ignoremos o fato de que alguns estabelecimentos cristãos fundamentalistas conseguem distribuir diplomas em áreas científicas apesar de constantes brigas judiciais contra o Ministério da Educação dos E.U.A.
Afinal como é possível que tantos indivíduos que passaram por instituições científicas de ensino superior defenderem propostas completamente irracionais e incoerentes com a Ciência?
Os Criacionistas alegam que a Teoria da Evolução é um embuste, uma fraude com o objetivo de anular a Bíblia como fonte Única de Verdade Suprema. Dizem que há uma conspiração secular que predomina no meio científico, com raízes provavelmente no Iluminismo e Positivismo, se não uma manobra ardilosa do próprio Satanás.
Muitos denunciam que a Evolução ao abalar a autoridade do Livro Sagrado, abre caminho para uma sociedade sem "Deus", que segundo eles só pode conduzir à auto destruição e infelicidade, pois só a crença numa criatura onipotente, vigilante e vingativa poderia manter uma sociedade em ordem.
Afirmam que a verdadeira Ciência é a que afirma a glória de Jeová e confirma os ensinamentos da Bíblia. Alguns até acusam o Evolucionismo de Pseudo Ciência, e de que não passa de uma Torre de Babel de falácias e mentiras com objetivo de disseminar uma filosofia ou religião humanista e atéia.
Em síntese, acusam a Ciência de tudo o que eles próprios são também apropriadamente acusados por alguns de seus adversários: Pseudo Cientistas sem compromisso com a verdade e sim com crenças de uma religião ultrapassada e danosa a toda a história da civilização. (Uma crítica comum entre alguns Anti-Criacionistas.)
Entretanto não cabe aqui esticar mais essa difusão de opiniões pessoais a respeito. Cada um pode acusar ao outro das mesmas coisas. Afinal o que é pior? Acreditar ou não em Deus? Estado vinculado ou não a Religião? Democracia ou Teocracia? Formação filosófica e humanista ou doutrinação religiosa?
E segundo os próprios Criacionistas acusam, o que contribuiria melhor para o progresso da Ciência e da Sociedade? Uma postura Evolucionista e Naturalista ou uma Criacionista e Religiosa?
Deixarei de lado por enquanto aspectos morais e éticos da sociedade, e me concentrarei no que se refere ao verdadeiro conhecimento científico.
Os Criacionistas chegam a declarar que enquanto a Evolução não for descartada e a Criação admitida, toda a Ciência estará envolta em erros e estagnação. Vamos comparar então períodos históricos com relação ao desenvolvimento científico e a disseminação das religiões.
O PRIMEIRO PERÍODO
Vai desde o surgimento do homo sapiens até o surgimento da Filosofia Grega e das Filosofias Orientais, que passaram a substituir os mitos pela razão ou intuição investigativa.
Esse período se estende desde cerca de 200 mil anos atrás até cerca de 600 aC. Sendo então o maior de todos os períodos. Embora muitos Criacionistas acreditem na precisão bíblica de que o Ser Humano tem menos de 6000 anos na Terra, o que por incrível que pareça, não afeta o raciocínio uma vez que tal período continua sendo o maior.
Esse foi o período onde ocorreu a maior intensidade de crenças religiosas, Panteístas ou Politeístas. Nunca se tomou conhecimento de que tenha havido algum grupamento humano que não tivesse sua religião. Esse foi também o período de desenvolvimento científico mais lento da história, principalmente em relação ao tempo que durou. Não acredito que alguém discorde disto sem apelar para lendas do tipo Atlântida ou Lemúria.
O SEGUNDO PERÍODO
Vai desde o surgimento da filosofia até seu obscurecimento, tendo durado pouco menos de Mil anos. Nesse período os Filósofos gregos fizeram progressos notáveis na compreensão do mundo. Mapearam os movimentos celestes, deduziram o átomo, alguns já propunham o Heliocentrismo e conclui-se que a Terra não era plana. Foram criados avançados recursos matemáticos, linguísticos e lógicos. foi desenvolvida a Metafísica, a Ética, a Política, a Astronomia. Muitos de seus avanços são sentidos até a atualidade.
No oriente os Hindus calcularam movimentos astronômicos com incrível precisão, inclusive o movimento terrestre de Precessão, que dura 26 mil anos, através de uma elaboração mística filosófica, deram uma idade para o Universo não muito distante da idade atualmente dada pela Ciência e criaram a mais avançada matemática, que até nós chegou na forma do sistema decimal. A China não ficou atrás em termos de desenvolvimento econômico, filosófico e artístico.
Nesse período, principalmente no ocidente, houve uma considerável retração do pensamento religioso, e as primeiras "Faculdades" foram criadas, a Academia de Platão, o Liceu de Aristóteles, e a Biblioteca de Alexandria, onde já se dizia, "A Ciência nos Liberta do Terror dos Deuses".
O TERCEIRO PERÍODO
Vai da ascensão da Igreja de Roma no ocidente, abrangendo toda a Idade Média, cerca de Mil anos, ou seja, equivalente ao período anterior porém incrivelmente mais lenta em termos de progresso do conhecimento. Na verdade ocorreu o contrário, o Heliocentrismo que já fora proposto em Alexandria foi esquecido, técnicas médicas que remontam a Hipócrates, o Pai da Medicina, foram substituídas novamente por exorcismos e feitiçarias.
A Idade da Sombras de fato justifica esse apelido, pois embora tenha sim, havido progresso, ele com certeza foi mais lento. Mas apenas no Ocidente.
Enquanto com base na Bíblia a Igreja reprimia qualquer forma de Filosofia não Cristã, e travava o progresso com seus Dogmas, no oriente médio que a partir da metade da Idade Média seria dominado pelos Muçulmanos, a Ciência se manteve em pleno ritmo.
O resultado foi um enorme atraso da Europa em relação ao Oriente, que descobria Pólvora, inventava a Bússola, usava especiarias para conservar alimentos, criava telescópios e aperfeiçoava a navegação.
Foi o domínio do Cristianismo na Europa, uma autêntica Teocracia.
O QUARTO PERÍODO
Começa a partir do renascimento, que resgatou na Europa o conhecimento antigo grego e se prontificou a tirar o atraso em relação ao oriente. A imprensa aniquilou o controle de informações por parte da Igreja e surgiu o Iluminismo. Os filósofos romperam com a Teologia católica e o Heliocentrismo foi trazido de volta.
Passou a haver uma reação em relação à Igreja a ao Cristianismo tradicional e assim a Ciência avançou novamente acabando por superar o oriente. Por que isso aconteceu?
Provavelmente por que enquanto o Ocidente rompeu de forma bem mais radical com a religião, o Oriente ainda se manteve preso a ela, apesar do Islamismo e Hinduísmo serem bem menos problemáticos com relação a Ciência.
Em menos de 400 anos, o ocidente progrediu muito mais do que nos 1000 anos de Idade Média, em parte resgatando o conhecimento antigo do SEGUNDO PERÍODO.
O QUINTO PERÍODO
Entretanto no QUARTO PERÍODO os cientistas em sua maioria ainda eram crentes, tendo suas limitações religiosas. Somente a partir do final do século XIX no Ocidente rompeu-se definitivamente com o poder do Cristianismo, os Estados passaram a não mais orientar suas constituições através de códigos religiosos e a Ciência ficou definitivamente livre, apesar de ainda enfrentar repressões.
Nesse âmbito a Teoria da Evolução teve um efeito devastador, ela consolidou a Biologia como uma Ciência Plena e estabeleceu sua comunicação com a Geologia e a Física.
Agora não se aceita mais religião, crença e nem mesmo Metafísica no cerne de desenvolvimento científico, foi a vitória do Ceticismo e por fim a Ciência Disparou resultando no mundo que temos hoje em dia.

Fonte:http://www.evo.bio.br/layout/religxcien.html


Aluno: Ricardo lemos Ribeiro

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