sexta-feira, 25 de maio de 2012


Entrevista realizada no dia 22 de maio de 2012 com a senhora Maria Aparecida Freitas Karck,líder religiosa, mais conhecida como dona Cida, homenageada  a Mãe do Ano 2012 pelo Rotary Club Três Pontas, pela contribuição e dedicação na formação de uma sociedade com valores morais e éticos.
Rosária: Como era a vida da senhora durante a infância e a juventude?
Dona Cida: Minha infância foi muito divertida, brincamos muito de pique- pega, pique- esconde, amarelinha. No final do dia juntava aquela turma de criança em frente as casas e todo mundo se divertia na maior inocência. Hoje em dia com a tecnologia muita coisa mudou, as crianças não tem brincadeira “sadia” mais. Os pais não tem diálogo com as crianças, fica cada um para um lado, antigamente as mães ficavam mais com os filhos, a infância era mais longa e isso era bom!
Na juventude agente saía somente acompanhada dos pais, quando começava a namorar era para casar e o namoro era só dentro de casa. Muitas coisas que eu não achava certo que meus pais faziam, procurei fazer diferente com meus filhos. Tenho  4 filhos, ensinei eles a ter responsabilidade sem precisar apanhar, somente com muito diálogo e deu certo!
Rosária: A senhora sempre morou em Três Pontas?
Dona Cida: Não. Nasci em Três Pontas, mais fui com meus pais para São Paulo com 2 anos de idade e só retornei aos 42 anos, casada e com 4 filhos.
E lá em São Paulo (capital) como foi a vida da senhora? No que os pais da senhora trabalhava ?
Meu pai era industriário, minha mãe ficava em casa comigo. Ela fazia questão de me ensinar os afazeres domésticos. Uma parte do tempo eu estudava, outra eu brincava e ajudava ela. Aprendi a costurar, a tocar teclado, a bordar. Tive muitas oportunidades, não precisei sair da escola para trabalhar, como muitas crianças daqui tiveram. Era filha única.
Rosária: A senhora me disse que seu pai era industriário, poderia me dizer o que acha dos avanços ocorridos na indústria de alimentos?
Dona Cida: Melhorou muito, agora o povo tem mais facilidade em adquirir os alimentos, mais eles não estão sabendo usufruir desse conforto. Exageram, comem muito enlatados, muita massa, com isso as doenças vem surgindo.  Até nos remédios as pessoas exageram, não bebem mais aqueles famosos chás de horta que curavam quase tudo, agora é só remédio de farmácia.Antigamente o povo era mais saudável, os alimentos não tinham agrotóxicos, agente conservava por exemplo: o leite fervido, a carne bem cozida , o feijão era fervido várias vezes para não azedar. Hoje agente tem até feijão cozido enlatado, e com vários conservantes prejudiciais à saúde. Podem sim, comer alimentos industrializados, mais com os devidos cuidados, dando atenção as datas de validade e lendo os rótulos.
Rosária: A senhora acha que a vida das pessoas, no geral, melhorou ou piorou?
Dona Cida: Eu acho que melhorou , quando as pessoas tomarem consciência e souberem aproveitar de maneira certa essa” modernidade”, aí sim, as coisas vão melhorar, veja só: antigamente não tinha água encanada, meu pai por exemplo fez um poço lá aonde agente morava e essa era a água que agente consumia. Depois veio a bomba flutuante, que tirava a água do poço sem esforço físico, e logo em seguida a bomba pistão que mandava a água para uma caixa , por onde era distribuída pelos cômodos da casa. As coisas foram melhorando.
Rosária: Muito obrigado pela gentileza da entrevista. Fique com Deus, tudo de bom para a senhora e toda a sua família!

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