Entrevista realizada no dia 22 de maio
de 2012 com a senhora Maria Aparecida Freitas Karck,líder religiosa, mais
conhecida como dona Cida, homenageada a
Mãe do Ano 2012 pelo Rotary Club Três Pontas, pela contribuição e dedicação na
formação de uma sociedade com valores morais e éticos.
Rosária: Como
era a vida da senhora durante a infância e a juventude?
Dona Cida: Minha
infância foi muito divertida, brincamos muito de pique- pega, pique- esconde,
amarelinha. No final do dia juntava aquela turma de criança em frente as casas
e todo mundo se divertia na maior inocência. Hoje em dia com a tecnologia muita
coisa mudou, as crianças não tem brincadeira “sadia” mais. Os pais não tem
diálogo com as crianças, fica cada um para um lado, antigamente as mães ficavam
mais com os filhos, a infância era mais longa e isso era bom!
Na juventude
agente saía somente acompanhada dos pais, quando começava a namorar era para
casar e o namoro era só dentro de casa. Muitas coisas que eu não achava certo
que meus pais faziam, procurei fazer diferente com meus filhos. Tenho 4 filhos, ensinei eles a ter responsabilidade
sem precisar apanhar, somente com muito diálogo e deu certo!
Rosária: A
senhora sempre morou em Três Pontas?
Dona Cida:
Não. Nasci em Três Pontas, mais fui com meus pais para São Paulo com 2 anos de
idade e só retornei aos 42 anos, casada e com 4 filhos.
E lá em São
Paulo (capital) como foi a vida da senhora? No que os pais da senhora trabalhava
?
Meu pai era
industriário, minha mãe ficava em casa comigo. Ela fazia questão de me ensinar
os afazeres domésticos. Uma parte do tempo eu estudava, outra eu brincava e
ajudava ela. Aprendi a costurar, a tocar teclado, a bordar. Tive muitas
oportunidades, não precisei sair da escola para trabalhar, como muitas crianças
daqui tiveram. Era filha única.
Rosária: A
senhora me disse que seu pai era industriário, poderia me dizer o que acha dos
avanços ocorridos na indústria de alimentos?
Dona Cida:
Melhorou muito, agora o povo tem mais facilidade em adquirir os alimentos, mais
eles não estão sabendo usufruir desse conforto. Exageram, comem muito enlatados,
muita massa, com isso as doenças vem surgindo. Até nos remédios as pessoas exageram, não
bebem mais aqueles famosos chás de horta que curavam quase tudo, agora é só
remédio de farmácia.Antigamente o povo era mais saudável, os alimentos não
tinham agrotóxicos, agente conservava por exemplo: o leite fervido, a carne bem
cozida , o feijão era fervido várias vezes para não azedar. Hoje agente tem até
feijão cozido enlatado, e com vários conservantes prejudiciais à saúde. Podem
sim, comer alimentos industrializados, mais com os devidos cuidados, dando
atenção as datas de validade e lendo os rótulos.
Rosária: A
senhora acha que a vida das pessoas, no geral, melhorou ou piorou?
Dona Cida: Eu
acho que melhorou , quando as pessoas tomarem consciência e souberem aproveitar
de maneira certa essa” modernidade”, aí sim, as coisas vão melhorar, veja só:
antigamente não tinha água encanada, meu pai por exemplo fez um poço lá aonde
agente morava e essa era a água que agente consumia. Depois veio a bomba
flutuante, que tirava a água do poço sem esforço físico, e logo em seguida a
bomba pistão que mandava a água para uma caixa , por onde era distribuída pelos
cômodos da casa. As coisas foram melhorando.
Rosária:
Muito obrigado pela gentileza da entrevista. Fique com Deus, tudo de bom para a
senhora e toda a sua família!
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